APARELHO AUTÔNOMO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA DE AR COMPRIMIDO (MÁSCARA AUTÔNOMA)

Este equipamento é usado no serviço do Corpo de Bombeiros. Ele dá proteção respiratória e proteção ao rosto do usuário, mas é limitado pela quantidade de ar existente no cilindro.

Descrição genérica:

O cilindro é preso por uma braçadeira à placa do seu suporte e contém ar respirável altamente comprimido. Abrindo-se o registro do cilindro, o ar comprimido passa pelo redutor de pressão, onde se expande a uma pressão intermediária de 6 bar (6 kgf cm2).

A esta, o ar chega até a válvula de demanda, que, automaticamente, libera a quantidade de ar necessária para os pulmões.

O ar expirado vai para o exterior através de uma válvula de exalação existente na máscara facial.

A válvula de demanda pode estar conectada à máscara por meio de uma ligação de rosca ou em posição intermediária, entre o cilindro e a máscara.

O manômetro permite verificar a pressão do ar existente no cilindro a qualquer tempo, o que é muito importante durante a utilização, pois permite ao bombeiro checagens periódicas do tempo de uso que lhe resta, aumentando sua segurança.

A máscara autônoma tipo “pressão positiva” protege o bombeiro contra a entrada de gases tóxicos no interior da peça facial.

Detalhe do fechamento correto do cinto de suporte do aparelho

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Posição do cilindro de ar comprimido

Registro de abertura, para a passagem do ar respirável

Alarme sonoro que anuncia o término do suprimento de ar respirável.

Manômetro

Inspeção visual da peça facial e do tubo condutor

Acoplamento do tubo condutor à saída de ar do redutor de pressão, através da conexão

Verificação dos tirantes

Autonomia do equipamento

O tempo de autonomia da máscara autônoma de ar comprimido está relacionado à pressão de recarga do cilindro de ar, ao volume do cilindro de ar e a intensidade do trabalho que vai interferir diretamente no consumo do usuário do equipamento.

Sistema para conversão de unidades de Pressão:

1 Bar = 14,7 Psi = 1Atm = 10,33Mca = 1Kgf / cm2 = 760 mm Hg = 101,32Kpa

Lembramos que 1Bar equivale a 14,7 Psi mas, para fins de cálculos, adotamos que 1Bar é igual a 15 Psi.

3000 Psi = 200 Bar      1500 Psi = 100 Bar       750 Psi = 50 Bar
     15                                   15                                    15

TEMPO = PRESSÃO (P) X VOLUME (V) T = PxV em minutos 
                      CONSUMO (C)                                   C

Para se aplicar a referida fórmula, devemos trabalhar com a pressão em Bar, o volume do cilindro em litros e o consumo de ar em litros por minuto, além do tempo que será expresso em minutos.

Portanto, se utilizarmos um EPR que fornece uma leitura em Psi no manômetro, devemos transformá-la em Bar antes de aplicá-la na fórmula.

Lembramos que o volume do cilindro é expresso em litros e que ao recarregarmos um cilindro de 7litros com 200 Bar de pressão teremos na verdade:

200 x 7 = 1400 litros de ar pressurizado num cilindro cujo volume é de 7 litros.

Colocação do Equipamento

Antes de o bombeiro colocar o equipamento, deve ter certeza de seu perfeito funcionamento. Vários métodos podem ser usados para colocação dos equipamentos autônomos. Os mais usados no Corpo de Bombeiros são:

Método de colocação por sobre a cabeça

Método de vestir

Os passos necessários para colocação são diferentes, mas, após colocado o equipamento, os métodos de fixação ao corpo são idênticos.

Método de colocação por sobre a cabeça

Ao retirar o equipamento da viatura, verificar a pressão no manômetro e a validade do teste hidrostático.

O equipamento deve ser colocado no solo, com o cinto aberto, as alças de transporte alargadas e colocadas para o lado de fora do suporte, para não atrapalhar o bombeiro quando segurar o cilindro.

Agachar ou ajoelhar-se na extremidade oposta ao registro do cilindro.

Segurar o cilindro com as mãos, deixando as alças de transporte para o lado de fora.

Levantar-se, erguendo o cilindro por sobre a cabeça e deixando que as alças de transporte passem dos cotovelos.

Inclinar-se levemente para frente, permitindo ao cilindro ficar nas costas, deixando as alças caírem naturalmente sobre os ombros.

Puxar os tirantes de ajuste, certificando-se que as alças não estejam torcidas.

Erguer o corpo, fechar e ajustar o cinto de forma que o equipamento acomode-se confortavelmente.

A falta de ajuste da alça e do cinto provoca má distribuição de peso.


Segurar o suporte firmemente

Eleva-lo até passar na cabeça

Eleva-lo até passar na cabeça

Ajustar as alças do suporte

Fechar e ajustar o cinto do suporte

Método de vestir

Ao retirar o equipamento da viatura, verificar a pressão no manômetro e a validade do teste hidrostático. Colocá-lo no solo, com as alças alargadas e o cinto aberto.

Agachar-se próximo à extremidade do registro do cilindro. Vestir o equipamento, passando um braço por vez através das alças.

Com a mão direita, segurar a alça que será colocada sobre o ombro direito (ou, com a esquerda, a que será colocada sobre o ombro esquerdo).

Levantar-se, colocando a correia no ombro. Durante este movimento, o cotovelo deve passar por dentro da alça.

Ajustar as alças e o cinto como descrito no método anterior.

 

Segurar o aparelho pelas alças

Passar uma alça pelo ombro e em seguida, a outra alça

Passar uma alça pelo ombro e em seguida, a outra alça

Colocação da máscara

Inicialmente, devemos passar o suporte da máscara por sobre a cabeça, ficando assim com as mãos livres e evitando quedas do equipamento.

Alargar ao máximo os tirantes da máscara através da soltura das presilhas metálicas e introduzir a mesma na direção do queixo com o auxílio das duas mãos.

Iniciar a tração dos tirantes inferiores simultaneamente com pouca força e de forma rente a cabeça. Devemos tracionar os tirantes da parte superior da mesma forma e por fim o tirante da testa.

Devemos realizar o teste de vedação, fechando o bocal de encaixe da válvula de demanda com a palma da mão, e inspirando o ar no interior da máscara até que se crie o vácuo. Se ocorrerem vazamentos, e o vácuo não for criado, os tirantes devem ser reajustados novamente e o teste repetido.

Posteriormente, devemos expirar o ar residual e observar sua saída rápida pela válvula de exalação. Com as costas da mão vamos sentir o ar sair pela válvula de exalação. Em caso negativo, expirar com mais força, até liberar a válvula. Se, mesmo assim, o ar não sair pela válvula de exalação, devemos trocar a máscara.

Certificar-se de que não permaneçam cabelos entre a testa do usuário e a máscara.

Conectar a válvula de demanda ao bocal da máscara.

Abrir o registro do cilindro.

 

Verificar a resistênciados tirantes da peça facial

Alargar o máximo os tirantes

Colocar a peça facial

Ajustar os tirantes laterais de baixo, de cima e do alto da cabeça

Ajustar os tirantes laterais de baixo, de cima e do alto da cabeça

Verificar a vedação da peça facial inspirando e tampando a entrada de ar.

“Não pode ocorrer entrada de ar”.

Acoplar a válvula de demanda

Inspeção e cuidados

Os bombeiros devem inspecionar, ajustar e vestir o EPR diariamente. Após o uso, sua limpeza é obrigatória.

Conferência diária

O bombeiro deve se equipar com o EPR, observando:

1. Validade do teste hidrostático.
2. Conexão da válvula de demanda.
3. Conexão do cilindro ao redutor de pressão.
4. Cinta que prende o cilindro ao suporte.
5. Alças de transporte e cinto com fivelas.
6. Placa de suporte.
7. Conexões das mangueiras.
8. Tirantes e peça facial.
9. Pressão do cilindro.
10. Funcionamento do manômetro
11. Vedação a alta pressão.
12. Volante do cilindro.
13. Alarme.

Prova de vedação a alta pressão

Acoplar a válvula de demanda à mangueira de alta pressão, abrir o registro do cilindro e ler a pressão indicada no manômetro. Fechar o registro do cilindro. A pressão deve permanecer inalterada durante um minuto.

Sempre acionar o botão de descarga para despressurizar o sistema; com isto, consegue-se desacoplar as conexões com facilidade.

Ensaio do sinal de alarme

Abrir o registro do cilindro por um curto espaço de tempo e depois, voltar a fechá-lo.

Em seguida, cuidadosamente, liberar o ar pela válvula de demanda, observando o manômetro. O sinal de alarme deve soar quando a pressão do manômetro for de 50 BAR, com tolerância de mais ou menos 10 BAR.

O assobio não diminui de intensidade senão quando o ponteiro do manômetro chegar ao batente.

Limpeza e higienização

Lavar a peça facial com detergente neutro e água, colocando-a para secar em local fresco e ventilado e à sombra. Solventes, tais como acetona, álcool e gasolina, não devem ser usados na higienização, além dos materiais abrasivos que atacam o visor de acrílico e corroem as partes de borracha.

A higienização do restante do equipamento é feita com um pano limpo e úmido ou uma escova macia. 

O uso de um mesmo EPR sem a devida higienização, possibilita o risco de contaminação por moléstias transmissíveis.

Após o uso, a máscara poderá conter suor, sangue, saliva, poeira, fuligem, secreções e contaminantes diversos.

Portanto, a desinfecção é essencial para a eliminação de microorganismos.

Podemos utilizar esterelizantes, bactericidas, fungicidas, viriscidas e outros.

O ideal seria embalar as máscaras com uma seladora elétrica e sacos plásticos deixando-as prontas para o uso.

 

Lavar a peça facial com detergente neutro e água

Desinfetar a peça facial com um pano limpo e úmido.

Secar a peça facial em local arejado e à sombra.

CUIDADOS GERAIS

Cilindros: não armazenar vazios, não cachimbar em piscinas, não utilizar para encher bote inflável, não mandar para recarga totalmente vazios devido ao risco da umidade e ferrugem, evitar pancadas, abrasões, chamuscamento excessivo, corrosão interna e externa quando de aço.

Inspecionar deformações anormais, barulho de fragmentos ao ser balançado, validade do teste hidrostático, falta de horing no registro, e lembrar da despressurização do sistema antes das trocas.

Para cilindros de aço, o teste hidrostático é feito a cada cinco anos, e nos de composite a cada três anos.

Os cilindros de composite não devem entrar em contato com algumas substâncias químicas, óleos, graxas e solventes, pois podem sofrer microfissuras e rompimento total.

Registro: ao utilizar, abrir até o fim e fechar duas voltas. Com tal manobra mantemos uma boa demanda de ar no sistema, evitamos que se feche facilmente ao esbarrar em algum objeto, além de preservar os fios de rosca em caso de pancadas.

Cuidado, pois abrir pouco o registro pode dificultar o acionamento do alarme.

No fechamento, devemos aplicar força moderada, pois o excesso danifica o dispositivo de fechamento interno.

Manômetro : ao apresentarem vidro quebrado ou embaçado, falta de ponteiro ou marcador, além de medidas que variam rapidamente, devem ser encaminhados para conserto imediatamente.

Fonte (CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE SÃO PAULO).

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